Fisioterapia, piso salarial e empreendedorismo

Navegando pela internet, o assunto que mais tem "IBOPE" entre acadêmicos e profissionais é sobre a questão salarial. Ecoa aos quatro cantos a reclamação acerca da baixa remuneração pelo trabalho desenvolvido nas diferentes áreas de atuação da Fisioterapia, mas figurar na faixa de renda comum a outras pessoas que não cursaram nível superior é realmente desanimador.

Não obstante o pesar dessa situação, é necessário que saibamos da existência do conceito de UTILIDADE em Economia, que corresponde à satisfação pelo consumo de bens e serviços, de difícil quantificação, porém qualificável em ordem de preferência, o que significa dizer que é possível identificar o comportamento de escolha do consumidor perante diferentes combinações capazes de atender suas necessidades. Então, será que a Fisioterapia serve a contento para compor boa parte desses arranjos?

Com a mudança do perfil epidemiológico da população, de doenças infectocontagiosas para crônico-degenerativas, bem como da maneira com que o ser humano se relaciona com o meio ambiente, especificamente por conta dos avanços tecnológicos, a Fisioterapia assumiu papel de destaque neste cenário. Contudo, será que na avaliação de seus usuários ela promove elevado grau de contentamento?

Bom, é uma pergunta para qual não temos a resposta ainda, mas sabemos que o cuidado à saúde possui como expoente a Medicina, inicialmente responsável pela gerência de fisioterapeutas e até hoje mantenedora da maioria dos trabalhos formais na área, direta ou indiretamente, principalmente através das clínicas ortopédicas e hospitais. Todavia, de executores de métodos e técnicas, passamos a potenciais empreendedores, na busca de maiores retornos, inclusive o financeiro.

Como empregados, desejamos as melhores condições, particularmente o recebimento do piso salarial, mas quando ascendemos ao cargo de empregador, somos capazes de arrecadar o suficiente para honrar o pagamento dele? Quando deixaremos de ser "reféns do Sistema"?