Planejamento terapêutico

Mais que uma obrigação prevista na Resolução COFFITO 414/12, essa é demanda necessária para organização do trabalho da Fisioterapia, porque define o ponto de partida, o provável "destino" e os meios para operacionalização dessa "viagem". Em oportunidade anterior, falamos sobre diagnóstico fisioterapêutico, sem o qual não é possível sistematizar o tratamento pela inexistência de referencial para comparação futura.

O prognóstico fisioterapêutico é a estimativa de evolução do caso, a opinião do profissional sobre a melhor capacidade física que o paciente está sujeito a alcançar depois de submetido a determinada quantidade de atendimentos prevista no plano de tratamento durante a avaliação inicial. O ato de antecipação deve utilizar elementos que amparem as predições, tais como os índices aplicados aos pacientes críticos, e os quadros predispostos ao desenlace negativo de vida, o rótulo de conservação da capacidade física do cliente, ainda que sabida em vão.


Na área de terapia intensiva, na qual são frequentes as oscilações no estado de saúde do paciente, a dificuldade em estabelecer a sistemática de assistência é potencialmente prejudicada pelas referidas intercorrências, porém não exime o fisioterapeuta de registrá-la na qualidade de dado básico obrigatório do prontuário. Na admissão do paciente, o diagnóstico é classificatório da funcionalidade, seguido do prognóstico, para o qual há meios de atingi-lo, o plano de tratamento, influenciável por situações que renovam ou não o fluxo a seguir.
Considerando contingência como intervenção casual, resta evidente a viabilidade para que o trabalho seja executado com os marcos acima mencionados, não obstante a necessidade de aprimorar essa dinâmica em função das particularidades da área de atuação, porque precisamos saber o que estamos fazendo e onde queremos chegar.

O plano

Compreende a descrição dos procedimentos fisioterapêuticos propostos relatando os recursos, métodos e técnicas a serem utilizados e o(s) objetivo(s) terapêutico(s) a ser(em) alcançado(s), bem como o quantitativo provável de atendimento, ou seja, são três variáveis a consignar no mesmo item, relacionadas umas às outras para configurar o nexo de causalidade entre elas, ou seja, a associação de três variáveis distintas.

Usualmente a "conduta" é considerada como o plano propriamente dito, o que não é verdade, e os objetivos estabelecidos genericamente, não caracterizando passos claramente definidos. Se no momento de sua elaboração o fisioterapeuta não qualifica e quantifica os procedimentos a executar ou os descreve linearmente, a respectiva realização fica a critério da interpretação do profissional assistente, especialmente por conta da impressão inicial de que todos vigorariam do início até o fim do plano registrado em texto corrido e/ou verticalmente, logo, a relação de causa e efeito não será atribuída com fidedignidade, ou seja, impossível atestar o que realmente promoveu os progressos terapêuticos até a alta.

Dessa forma, a sugestão é que tais dados sejam tabulados no intuito de reproduzir a convergência preconizada pela legislação, bem como possibilitar que da assistência seja possível extrair valiosas informações, além de viabilizar a continuidade do planejamento independente do fisioterapeuta que estiver conduzindo o atendimento do paciente, conforme o exemplo a seguir.

Procedimentos
Atendimentos
Objetivos
1
crioterapia
15"
10
analgesia e ↓ de edema
2
mobilização articular
3x de 10 rep.
10
ajuste da artrocinemática
alongamento
3x 2"
3
cinesioterapia AR
3x de 10 rep.
10
ganho de força

Esta é uma produção literária independente, desvinculada da função que o autor desempenha no serviço público e do entendimento da respectiva Entidade sobre a matéria, com a colaboração de Rafael Vicente Viana.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Modelos de ficha de avaliação em Fisioterapia

Diagnóstico fisioterapêutico

A mudança precisa partir de você: hoje um leitor, amanhã, um líder!
Alimente sempre a dúvida, porque quem não as tem é incapaz de aprender e evoluir.