Como avaliar o trabalho do fisioterapeuta

É claro que ninguém gosta de ficar doente, mas quando isso acontece tudo que precisamos é de um profissional que resolva o nosso problema. Como maior interessado no restabelecimento do estado da própria saúde, o paciente precisa escolher por quem deseja ser cuidado, uma decisão nada simples, por não ser técnico no assunto. 
Então, o que fazer para optar acertivamente?
Invariavelmente você precisa se submeter a uma consulta, momento no qual o fisioterapeuta realizará a sua avaliação, a partir da sua queixa principal. O tempo de duração dela é, provavelmente, o critério mais confiável até agora, porque, no entendimento dos leigos, quanto mais atenção, melhor será o cuidado. Contudo, é preciso esclarecer que:
  • o exame detalhado é um sinal de zelo, mas não necessariamente de precisão diagnóstica;
  • se a impressão sobre seu estado de saúde for equivocada, o êxito do tratamento restará comprometido.  

Por isso, o Código de Ética da Fisioterapia, em seu artigo 14-V, assegura ao paciente o direito de esclarecimento sobre o diagnóstico, prognóstico, objetivos do tratamento, condutas e procedimentos a serem adotados. Dito isto, vamos às definições de cada um desses itens para facilitar a sua análise:
  • diagnóstico é a conclusão que lhe será apresentada quanto aos desvios do grau de normalidade detectados pelo(a) profissional, ou seja, o que será tratado por ele(a);
  • prognóstico é o objetivo maior do tratamento, o estado de saúde funcional que se deseja conseguir depois de submetido(a) a um número determinado de atendimentos;
  • objetivos do tratamento são as metas, os "degraus" que levarão ao prognóstico;
  • conduta e/ou procedimentos são os recursos terapêuticos eleitos pelo fisioterapeuta para alcançar os objetivos propostos.
Como criar uma lógica a partir dessas informações?
Primeiramente, o fisioterapeuta precisa fornece-las para você. Isso ocorreu? Se não, solicite a ele(a) que o faça o quanto antes; se sim, restou alguma dúvida sua a respeito do que foi explicado? Em seguida, observe se os objetivos intermediários - metas - estão sendo alcançados no prazo estimado e, se não, quais os motivos alegados pelo(a) profissional para não acontecerem as entregas combinadas.

EM SÍNTESE: o profissional deve lhe apresentar um plano antes de começar a tratá-lo, com base na situação de saúde atual ou diagnosticada para uma prevista ou prognosticada e, se aplicável ao caso, apresentar os marcos evolutivos ou metas ou objetivos intermediários alcançáveis ao longo desse processo.
É um dever dos profissionais e direito seu: exija-o!
ILUSTREMOS: imagine que você tenha torcido o cotovelo, permanecido imobilizado(a) por longo período e que isto tenha lhe causado uma limitação para esticar o braço, ensejando a realização de sessões de fisioterapia. Pois bem, veja na figura abaixo o transcorrer esperado para o hipotético tratamento.
Dessa forma, o paciente acompanha as melhorias previstas para seu estado de saúde até a alta ou a cada ciclo de tratamento, o que enfatiza a expertise do profissional que certamente utilizará melhor o tempo em função do planejamento prévio da intervenção terapêutica, baseado em início e fim bem delineados, assim como realizável em prazo determinado, o que está previsto no art. 1-§1 da Resolução COFFITO 414/12.

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