Como se prevenir do coronavírus

Com o retorno progressivo das atividades concomitante ao crescente número de óbitos pela COVID-19, o cuidado precisa ser redobrado para evitar ou reduzir ao máximo a transmissão do vírus, que se espalha com facilidade entre as pessoas, possui taxa de letalidade de aproximadamente 4,2% dos casos confirmados e atinge majoritariamente os mais velhos, conforme dados do Ministério da Saúde-SRAG. 

Os sintomas mais comuns da doença são febre, tosse e falta de ar, contudo, outros não específicos, tais com dor de garganta, diarreia, incapacidade total ou parcial de sentir odores, dores pelo corpo - em especial nos músculos, cansaço ou fadiga podem ocorrer, até mesmo ausência de febre. O diagnóstico é realizado através de:
  • exame de biologia molecular, o RT-PCR, que diagnostica em tempo real tanto a COVID-19, a Influenza ou a presença de Vírus Sincicial Respiratório (VSR); 
  • teste imunológico, ou comumente chamado de "rápido", que detecta, ou não, a presença de anticorpos em amostras coletadas somente após o sétimo dia de início dos sintomas
  • critérios como histórico de contato próximo ou domiciliar, nos últimos 7 dias antes do aparecimento dos sintomas, com caso confirmado laboratorialmente para COVID-19 e para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica, também observados pelo profissional de saúde durante a consulta. 
Dessa forma, há dois grupos sobre os quais é necessária atenção especial: o primeiro é o daquelas pessoas mais relaxadas quanto às medidas de prevenção e, o segundo, das que exageram. A ANVISA publicou a Nota Técnica nº 04/2020, documento referência na prevenção à contaminação por coronavírus, do qual cabe sintetizar tais procedimentos, com o objetivo de:
  • tranquilizar os mais preocupados; 
  • alertar os mais desatentos, uma vez que a maioria sobreviverá ao vírus sem hospitalização ou mesmo sem sintomas, mas será potencialmente disseminadora dele

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conforme as informações atualmente disponíveis, a transmissão de uma pessoa para outra ocorre por meio de gotículas respiratórias, contato direto com pessoas infectadas ou indireto por meio das mãos, objetos ou superfícies contaminadas, além de aerossóis - partículas menores e mais leves que as gotículas. Geram gotículas respiratórias e atingem as mucosas da boca e do nariz:
  • falar; 
  • tossir; 
  • espirrar. 
Fonte: GVIMS/GGTES/ANVISA

O número de partículas infecciosas necessárias para o contágio é frequentemente incerto ou desconhecido para doenças respiratórias, assim como o tempo de exposição ao agente patológico e a natureza dos sintomas clínicos, motivo pelo qual convém, além do uso da máscara, manter distância de pelo menos 01 metro das outras pessoas para reduzir o risco de transmissão. O tempo entre a exposição a COVID-19 e o início dos sintomas é, em média, de 5-6 dias, mas podem demorar até 14 para manifestarem-se. 

As precauções-padrão assumem que todas as pessoas estão potencialmente infectadas ou colonizadas por um patógeno que pode ser transmitido no ambiente e devem ser implementadas independente mediante o risco de exposição a fluidos ou secreções corporais.
Qualquer pessoa que apresente sintomas respiratórios, tais como tosse e dificuldade para respirar, é recomendado isolá-la imediatamente das demais.
Fonte: GVIMS/GGTES/ANVISA

Quem deve usar máscara N-95 ou equivalente?

Profissionais de saúde que realizam procedimentos geradores de aerossóis ou quem desenvolva suas atividades em área com tal geração e possam estar expostos à contaminação, a critério da avaliação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Em outras palavras, se você não trabalha em hospital, não há porquê se preocupar em usá-la. Geram aerossóis, partículas que permanecem suspensas no ar por longos períodos de tempo e, quando inaladas, podem penetrar mais profundamente no trato respiratório:
  • intubação ou aspiração traqueal;
  • ventilação mecânica não-invasiva; 
  • ressuscitação cardiopulmonar; 
  • ventilação manual; 
  • coletas de amostras nasotraqueais; 
  • broncoscopias, entre outros. 
Fonte: GVIMS/GGTES/ANVISA

Uso correto das máscaras

O uso de máscara é uma das medidas de prevenção para limitar a propagação de doenças respiratórias, incluindo o SARS-CoV-2. No entanto, deve vir acompanhado de outras medidas igualmente relevantes, como a higiene das mãos - com água e sabonete líquido, 40-60 segundos, OU preparação alcoólica a 70%, 20-30 segundos, distanciamento social e, especialmente, não aglomeração em: 
  • área coletivas; 
  • locais de descanso, refeição, de registro de frequência, etc. 
O uso de luvas não substitui a higiene das mãos.
Máscaras de tecido devem ser usadas para impedir que a pessoa espalhe secreções respiratórias ao falar, espirrar ou tossir, desde que estejam limpas e secas, por:
  • pacientes assintomáticos;
  • visitantes e acompanhantes; 
  • quem trabalha administrativa ou operacionalmente e em distanciamento social. 
Parece elementar, mas há risco de contaminação caso você toque a parte interna da máscara, uma vez que as mãos são potenciais veículos de transporte do vírus, e, se isso acontecer, não a use mais antes de lavá-la. Por isso, siga as orientações a seguir para evitá-la:
  • coloque-a cuidadosamente para cobrir a boca e o nariz e ajuste com segurança para minimizar os espaços entre a face e a máscara; 
  • remova-a sempre pelas tiras laterais, tomando bastante cuidado para nunca tocar na sua superfície interna e a acondicione de forma a mantê-la íntegra, limpa e seca para o próximo uso; 
  • substitua-a por uma nova máscara limpa e seca assim que a antiga tornar-se suja ou úmida; 
  • não reutilize máscaras descartáveis.

Lidando com o vírus no dia a dia

Conforme já dito anteriormente, convém assumir que a contaminação pode ocorrer a qualquer momento, então, atente para as seguintes medidas:
  • melhorar a ventilação local para aumentar a troca de ar, utilizando exaustão, portas e/ou janelas abertas; 
  • se tossir ou espirrar, cubra o nariz e a boca com o cotovelo ou lenço de papel; 
  • evitar tocar mucosa dos olhos nariz e boca com as mãos não higienizadas - com água e sabonete OU preparação alcoólica
  • ao retirar a roupa suja deve haver o mínimo de agitação e manuseio; 
  • eliminar ou restringir o uso de itens compartilhados, como canetas, pranchetas e telefones; 
  • intensificar a limpeza e desinfecção de objetos e superfícies, principalmente as mais tocadas como maçanetas, interruptores de luz, corrimões, botões dos elevadores, etc, lembrando que durante o procedimento é necessário manter a área arejada porque:
o movimento de limpeza de superfícies potencialmente expostas ao vírus pode colocar em suspensão as partículas e você inalá-las.
A acomodação dos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo SARS-CoV-2 deve ser realizada, preferencialmente, em um quarto privativo com porta fechada e bem ventilado - janelas abertas. Não é preciso adotar um ciclo de lavagem especial para as roupas, podendo ser seguido o mesmo processo estabelecido para as outras.

Os óculos de proteção ou protetores faciais, que cubra a frente e os lados do rosto, devem ser utilizados quando houver risco de exposição a respingos de secreções corporais de outra pessoa; o capote ou avental, para evitar a contaminação da pele e roupa e, o gorro, para a proteção dos cabelos e cabeça, quando da realização de procedimentos que possam gerar aerossóis.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese, o cuidado maior é o de evitar o contato do vírus com boca, olhos e nariz, porém, mesmo com toda atenção, pessoas são contaminadas. Por quê? Provavelmente por alguma falha no processo de prevenção, tal como respirar sem máscara em lugares onde pessoas passaram sem que você visse e por lá deixaram um lastro viral - falar ou tossir, por exemplo. Já tinha pensado sobre isso? É imperceptível, mas previsível 😉

Obviamente, a vigilância permanente causa estresse e, para evitarmos falhas, é importante diminuir o nível de desgaste psicológico FOCANDO em promover a renovação do ar nos ambientes - em banheiros, por exemplo, evitar aglomeração de pessoas - respeite o distanciamento, assim como a primeira medida acima - e NÃO levar as mãos ao rosto antes da higienização adequada.
Não aspirando o ar contaminado você estará a salvo do vírus.
Esta é uma produção literária independente, desvinculada da função que o autor desempenha no serviço público e do entendimento da respectiva Entidade sobre a matéria.

REFERÊNCIAS

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Coronavírus COVID-19: o que você precisa saber. Disponível em: clique aqui, acessado em 02.07.2020.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Painel COVID-19. Disponível em: clique aqui, acessado em 02.07.2020.

BRASIL. ANVISA. Nota Técnica 04/2020 - GVIMS/GGTES/DIRE1/ANVISA: orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Disponível em: clique aqui, acessado em 02.07.2020.

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